Crer em Deus — parece um grito,
Um chamado quase infinito.
Todos dizem: "Sim, eu creio!"
Mas nem sempre é por anseio.
Acho que não creio em nada,
Mas em tudo dou entrada:
Tudo o que me foi contado,
Tudo o que tenho lido, escutado.
Há quem viva a fé com alma,
Mergulhado em tanta calma.
Seja umbanda, seja o altar,
Ou nas estrelas a rezar.
Parece que nasceram prontos
Para os ritos, para os contos.
Se isso traz paz ao coração,
Que seja feita a devoção.
Confesso, nasce em mim vontade,
Um tipo estranho de saudade.
Não de algo que perdi,
Mas do que nunca vivi.
Não me encaixo em crença exata,
Minha dúvida é que me mata.
Creio em Deus, creio no bem,
Mas religião... já não vai tão bem.
Sou ateu meio incerto,
Um crente meio por perto.
Creio no Filho que morreu,
No que voltou, no que nasceu.
Creio no Filho que há de vir,
Mesmo sem saber aonde ir.
No fundo, a fé que me visita
É chama viva... ainda que aflita.
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