sexta-feira, 2 de novembro de 2012

o som do cello



Dando voz a tudo que belo
assim é o som do cello
como se abrisse um portal um elo
assim é o som do cello.

concebido com carinho,
feito com esméro
assim é o som do cello
percorre vales invade o castelo
assim é o som do cello.

asas dos anjos quando voam
um som divino que anelo
é o som imaculado do violoncelo.

terça-feira, 28 de agosto de 2012

MELANCOLIA.



Renasce com seu jeito languido
Seu rosto apático sem cor
Seus cabelos longos lisos
Renasce com seu corpo imperfeito
Suas lagrimas profundas escuras
Olhos de rubis opacos
Renasce de dentro
E se concentra no centro
á alma trás solidão
dor e tristeza ao coração.

EXISTIR



Fala alto, o que não cabe
Tudo o que faz vibrar transborda
A poesia fala, fala com sutileza
De uma borboleta.

A música fala alto
Tão alto que expande
Provoca invasões de ruídos prateados
e mil gotas, gotejando num mar de cristal
Tudo o que é arte transborda, provoca
tsunamis, enchentes, ebulições
a mente perde os sentidos
e como um menino chora
E como um anjo se regozija e sorri
pois sabe que a maior arte
a arte que não pode se excluir
é a dura e a doce arte de existir.

terça-feira, 21 de agosto de 2012

NÃO TER HAVIDO.





Havia um hábito de tristeza na alma
Havia um hálito de eucalipto no ar
Havia aves aladas
Algo de emoção na lagrima.
Há tristeza no rosto cálido
Ali no habitar dos sentidos.

Onde o choro há de haver.
Havia havido um gosto sem fim
Um gosto avistado na horta de mim.
invisível, só imaginado.
Havia havido azulejos azuis pingados na parede
Havia um avesso de alegria sem adereço
Havia no começo um álibi
Onde o sol árido nasce
Havia um querer
de nunca ter sentido, imaginado, vivido
Havia um ávido desejo
de nunca ter Havido.

UM CANTO DE ESQUECIMENTO




A alma canta um canto triste
Que no peito insiste
Sempre em permanecer
Até o  abismo, florescer.

O canto canta a tristeza
Para não esquecer
 que ainda vivo sem beleza.

Canta um canto prateado
Que escorre para os ouvidos
Como um canto inacabado.

Os cantos do quarto encantam meu encantamento
No canto da tristeza um lamento
Que floresce do jardim
E desencanta  em mim.

No canto a cabeça não dói
Parou como o sol
 diante da noite que corrói
e antes que me esqueça
acho que não tenho mais cabeça
nasceu uma flor de alecrim
pois a própria dor se esqueceu de mim.




quarta-feira, 23 de maio de 2012

Astigmatismo mental



Deter os olhos ao olhar
não vê a visão assistida
pingar no coração colírio
melhorando a imagem externa
dupla imagem na mente estrábica
um choque cardíaco
na córnea do coração
astigmatismo na mente quase sã
oftalmologia cardíaca
filosofia vã.

sábado, 12 de maio de 2012

Na casa do lado

                                 


Falta carinho
um respeito mais presente
onde está o amor
sorriso nos lábios
de quem sonhou.

na casa do lado
na cama do lado
há carinho e amor
na casa do lado.

Crianças espancadas surradas
crianças sem pai
sem mãe
sem lar
sem comida
sem nada.


na casa do lado
na mesa
há comida e amor
na casa do lado.

Onde a vontade de ser
a vontade de ter
de ser um cidadão
um homem digno
uma mulher honrada.

Na casa do lado
na cama do lado
há dignidade e honra
na casa do lado.

O medo toma conta
medo de morrer, de viver
medo de mudar
medo de deixar
tudo como esta.
fugir para longe
da consciência
longe da sanidade.

Na casa do lado
na sala do lado
há carinho e amor
na casa do lado.






Ausencia.



Ausência sentida
um pedaço ocupado pela falta
saudade não existe
só um espaço para sonhar
a ausência sentida.

Um vácuo entre a alma
e o corpo
se esconde a dor
que cheira como flor
 num jardim de papel.

Ausências da ausência vivida
ausência dos castelos
 de chocolate que se desmancham
na língua quente.

A ausência cresce como um pé de feijão
- que se faça um pedido ...
joguem o poeta no vulcão.