terça-feira, 28 de agosto de 2012

MELANCOLIA.



Renasce com seu jeito languido
Seu rosto apático sem cor
Seus cabelos longos lisos
Renasce com seu corpo imperfeito
Suas lagrimas profundas escuras
Olhos de rubis opacos
Renasce de dentro
E se concentra no centro
á alma trás solidão
dor e tristeza ao coração.

EXISTIR



Fala alto, o que não cabe
Tudo o que faz vibrar transborda
A poesia fala, fala com sutileza
De uma borboleta.

A música fala alto
Tão alto que expande
Provoca invasões de ruídos prateados
e mil gotas, gotejando num mar de cristal
Tudo o que é arte transborda, provoca
tsunamis, enchentes, ebulições
a mente perde os sentidos
e como um menino chora
E como um anjo se regozija e sorri
pois sabe que a maior arte
a arte que não pode se excluir
é a dura e a doce arte de existir.

terça-feira, 21 de agosto de 2012

NÃO TER HAVIDO.





Havia um hábito de tristeza na alma
Havia um hálito de eucalipto no ar
Havia aves aladas
Algo de emoção na lagrima.
Há tristeza no rosto cálido
Ali no habitar dos sentidos.

Onde o choro há de haver.
Havia havido um gosto sem fim
Um gosto avistado na horta de mim.
invisível, só imaginado.
Havia havido azulejos azuis pingados na parede
Havia um avesso de alegria sem adereço
Havia no começo um álibi
Onde o sol árido nasce
Havia um querer
de nunca ter sentido, imaginado, vivido
Havia um ávido desejo
de nunca ter Havido.

UM CANTO DE ESQUECIMENTO




A alma canta um canto triste
Que no peito insiste
Sempre em permanecer
Até o  abismo, florescer.

O canto canta a tristeza
Para não esquecer
 que ainda vivo sem beleza.

Canta um canto prateado
Que escorre para os ouvidos
Como um canto inacabado.

Os cantos do quarto encantam meu encantamento
No canto da tristeza um lamento
Que floresce do jardim
E desencanta  em mim.

No canto a cabeça não dói
Parou como o sol
 diante da noite que corrói
e antes que me esqueça
acho que não tenho mais cabeça
nasceu uma flor de alecrim
pois a própria dor se esqueceu de mim.