quinta-feira, 30 de setembro de 2010

O banheiro mal assombrado


Um grito de terror ecoou dentro do banheiro como num filme de sexta-feira 13 á meia noite.
todos olharam em direção aqueles berros aterrorizantes,
em segundos, saiu pela porta quase derrubando-a uma mulher pálida suando como pano de cuscuz ,tremendo com os olhos esbugalhados.
A biblioteca que deveria ser o templo do silencio,foi tomado de uma polvarosa balburdia, vendo o estado traumático em que se encontrava tão delicada dama.
-O que ouve? perguntou, um senhor que tinha a careca tão brilhante que parecia usar creme lustrador, não houve resposta, aquela dama que outrora estava pálida, agora amarelou-se e a voz não saia apesar dos seus esforços.
-Alguém vai lá no banheiro ver o que aconteceu, berrou uma jovem adolescente balançando seus belos cabelos negros cacheados até a cintura.
O medo estava estampado no rosto de todas as pessoas que se encontravam na sala da biblioteca. e quem teria a coragem de ver o que havia no banheiro?
Um rapaz com voz tremula falou quase cochichando.
-E se for um monstro?
-Hora, não fale asneira rapaz monstros não existem, deve ter alguma coisa lógica dentro do banheiro, retrucou um senhor com um livro de filosofia debaixo do braço.
-Tá bom, então vai lá ver a sua coisa lógica, desafiou o rapaz com ar de ironia.
-Deve ser um tarado que atacou essa pobre criatura, e ainda esta escondido no banheiro,falou a beata ,apertando ao peito um livro teológico.
-Não ,provavelmente ela teve algum contato extraterrestre e sem saber do que se tratava a dama se assustou, apostou um baixinho com um livro de ficção cientifica na mão direita.
-Muito provavelmente não tem nada naquele banheiro, essa dama deve ter tido um surto psicótico imaginário que a levou a atitudes desconexas com a nossa realidade, sentenciou uma moça com rosto cumprido, olhar pensativo com um enorme livro de psicologia abraçado ao colo .
-Tá, mas quem vai ver o que há lá dentro,perguntou o assustado rapaz temendo ser um monstro dentro do banheiro.
Nessas alturas ninguém cuidava nem ligava pra amarelada dama, petrificada num canto da sala.
-Vou ver o que esta lá dentro, disse o senhor com um livro de filosofia debaixo do braço.
E assim ele fez, respirou fundo, olhou assustado para dentro do banheiro, não vendo nada entrou sumindo dos olhares pasmicos de todos.
-MEU DEUS O QUE É ISSO!!!!!
Saiu do banheiro jogando para cima seu livro de filosofia, saindo em desabalada carreira pra fora da sala.
O pânico instalou-se de vez.
-Será que é algum animal, disse um tímido mas assustado senhor com óculos na ponta do nariz.
-Só se for um leão ,disse a beta.
-Talvez um animal espacial,falou o baixinho , parecendo mais baixinho ainda, de tanto medo.
-Aqui não tem homem pra enfrentar este maniaco que esta escondido no banheiro?, disse novamente a beata.Indignada pegou seu livro teológico,como se fosse um tijolo e foi em direção ao banheiro, decidida, em passos firmes.
...
Durante alguns segundos não se ouviu mais nada, parece que ninguém sequer respirou.
-QUE HORROR !!, AVE MARIA !!, CRUZ CREDO !!
E como um raio a beata saiu do banheiro , se abrigando no canto da sala junto com a tremula dama que a abraçou como quem quisesse se proteger.
-Alguém já chamou a policia, indagou o senhor com óculos na ponta do nariz.
-Já esta a caminho , respondeu a moça dos belos cabelos negros cacheados até a cintura.
-Vou ver do que se trata disse o senhor . ajeitou os óculos na ponta do nariz e foi em direção ao assustador banheiro.
-Pára, não faça isso!! você ficou louco. disseram todos como num coral bem ensaiado.
Mas ele estava decidido, e sem pestanejar adentrou,aquele recinto assustador.
...
passou-se um breve momento e o silencio era quase que visível, logo o silencio é quebrado por uma gargalhada profunda.
-Ele ficou louco! pirou de vez! o que será que houve? disse a moça pensativa com um livro de psicologia junto ao colo
-venham ver!!! ouviu-se uma voz saindo do banheiro.
-É apenas uma lagartixa engolindo uma barata!!!
Propósito o livro que ele segurava era sobre entomologia.

A Janela e a flor







Uma arvore singela

Olha para fora da janela

E vê uma flor,

linda cena.

Pôde então confirmar,

a vida vale a pena.

sábado, 18 de setembro de 2010

SALA DE JANTAR

(contém sitações de Janires Magalhães Manso -grupo rebanhão)


Da sala de jantar, ouço o ronco do estomago

daqueles que não tem o que comer

e como cães caçam no lixo um alimento.

Da sala de jantar

ouço os gritos dos trabalhadores explorados

ouço o choro infindo das crianças

estrupadas, das crianças orfãs.

Da sala de jantar

vejo a miséria impiedosa

devorando gente, engolindo esperança

arrotando sonhos.

são restos, escarros cupidos pela vida

que é mais que bandida traficando miséria.

Da sala de jantar

"vejo a que as salas estão vazias

os campos coloridos estão deserto

a poesia que fala que as flores ia crescer

estão abandonadas ,amarrotadas nos bolsos dos poetas".


Os músicos , poetas

políticos, religiosos e os intelectuais

os psicólogos, filósofos

e assistentes sociais

estão comendo caviar

na bela sala de jantar.

OS GRITOS

Dia sem sol
nuvens cinzas cobrem o céu azul
cinzas é o que resta de nossa esperança
que se foi como fumaça.
A cabeça dói.
Ondas da praia gritam
tentam nos afogar
só porque o mar perdeu o seu azul
só porque o mar perdeu seus peixes.
A cabeça dói.
temos medo
medo do amanhã
medo de não haver amanhã
medo do que se entende
medo de não se entender nada
temos medo de nunca mais sentir medo.
a cabeça doi.
ecoa um grito
que se multiplica
grito de dor de tristeza.
grito que são ouvidos pelos loucos surdos
grito que ninguem quer ouvir
grito sem voz, dados pelo coração.
após o grito, um silencio asfixiante.
A cabeça doi.
fingir que ninguem gritou
fingir que todos são felizes
fingir que não é comigo
fingir, fingir que não sei fingir
fingir que ouvi
fingir que tenho medo.
A cabeça?
finjo que
não doi.

DESMATAMENTO



É impossivel destruir o céu,
pinta-lo de cinza ou roxo.
As estrelas decoram o céu ao anoitecer,
estrelas não se apagam.
Nos jardins brotam flores
e seu perfume e beleza encantam
os enamorados que se amam sobre as palmeiras,
e ouvem com atenção o canto livre do sabiá.
Mas.. o céu agora é cinza
as estrelas apagaram
as flores murcharam
o perfume fedeu.
os enamorados, fugiram.
as palmeiras, derrubaram.
o sabia, calou-se e dos
seu olhos verteu uma lagrima.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

seca






terra seca

folha seca

cabelo seco

carne seca

tomates secos.

a boca pinga

a boca mingua

a boca úmida

come a lingua.


Brisa




sem querer te vi
tão distante quanto a lua
tão perto quanto o espelho
tão distante quanto nua.
tua tez luzia
e o corpo cintilava
enquanto caia o dia
e a noite levantava.
nos teu olhos vivi
o vento soprou mais forte
impactante, desfaleci
na brisa leve da morte.

ouça este programa da radio transmundial sobre arte.
apresentação Nelson Bomilcar.



#226 - Reflexão: O Senhorio de Cristo e a Redenção das Artes

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Jessye Norman 'Give Me Jesus' 1990

uma poesia ,um deleite,Jessye Norman magnifica!!!

terça-feira, 7 de setembro de 2010

pássaro azul



Se não fosse aquele pássaro azul
jamais voaria nas ondas espumante do infinito.
Se não fosse aquele peixe cinza
jamais nadaria no fundo mais profundo
do mar de cada um de nós.
Se não fosse aquela flor amarela
não sentiria o gosto doce da pétala caída
não sentiria a suavidade indizível
da pele verde da natureza.
Se não fosse a solidão
jamais sentiria na pele negra
o carinho deleitável da poesia.
Se não fosse o coração
cantaria uma canção
sem começo ,sem fim
dizendo sempre
ai de mim !
ai de mim !

A LUZ

A LUZ


(ali estava a luz verdadeira que alumia a todo o homem. João 1;9)

Escuridão na casa da tua alma
onde a luz não entra onde não há calma
e os olhos não veem claridade
na casa da tua alma , a escória da humanidade.

Essa luz que não acende...

Nessa sala pequena voce se perdeu
num mundo sem luz banhado de breu
a sala escura te transborda de medo
com certeza não havera sol amanhã cedo.

Essa luz que não acende...

No quarto escuro seus pensamentos vão passear
não te deixam dormir não te deixam sonhar
uma droga deitado na cama
encharcado de cachaça no teu quarto de lama.

Essa luz que não acende...

Na parede cinzenta um quadro escuro
mostrando voce em cima do muro
na mesa branca uma vela apagada
no altar da sua vida uma senhora calada.

E essa luz qua não acende...

As mães são flores

ORAÇÃO DA MAÇANETA (POESIA DE GIÓIA JUNIOR)

UMA MULHER NA FRENTE DO FOGÃO - GIÓIA JÚNIOR