sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Tua companhia




É no jardim que ouço a voz
um assobio leve da brisa
o gemido melódico dos pássaros
dos que podem ouvir tua voz
tão doce.

É no jardim que vejo teus olhos
e olho através deles
inquieto, ouço o pulsar de minhas veias
tão intensas.

É no jardim que me sinto só
o silencio trás certeza de tua companhia

tão suave
tão próxima
tão doce.

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

SUCUMBIU







Viu o sol não caiu
O sonho implodiu
O grito não saiu
O olho não abriu
O coração feriu.
A esperança não morreu, partiu.
Viu tudo o que ingeriu
trouxe angustia acesa num pavio
E a ponte ruiu.
Viu a cachaça que engoliu
Trouxe o zunido que zuniu.
Viu como ninguém te viu
Sua falta...
Ninguém sentiu.

sábado, 18 de junho de 2011

o tempo não cai.


os cabelos caem
como folhas no outono
caem como pétalas de rosas.

caem como gotas de orvalho
caem como o sol ao entardecer
caem os dedos ficam os anéis
caem os cabelos
ficam as cabeças
caem as cabeças ficam as almas
na eternidade sem fim sem cair.

desejo de poesia



oh poesia tira da alma este gosto de azia.
que queima como ferida fria
oh poesia fala aos ouvidos
balbucia palavras vazias
para encher a cabeça que assobia

oh poesia me alumia em suas letras brilhantes
em seu encanto luzente.

oh poesia , traz um pouco de agonia
para a alma ficar quieta.
traz um pouco de alegria para sentir leveza
traz um pouco do que crias
para manter-me com desejo
um desejo compulsivo de poesia.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

bate forte

Bate o coração no peito
Bate o pulso na pele
Bate a saudade na lembrança
Bate o frio na porta
Bate o sol na janela
Bate a agonia nos cantos da alma
Quero ficar aqui
batendo palma.




ME
VI
AQUI
MEIO
SEM
JEITO,
ENCOSTADO
NO
TEU
PEITO.

quarta-feira, 4 de maio de 2011

existir

Fala alto o que não cabe

tudo o que faz vibrar transborda

a poesia fala com a sutileza de uma borboleta.


A música fala alto

tão alto que expande

provoca invasões de ruidos prateados

mil gotas gotejando num mar de cristal.


E tudo o que é arte transborda

provoca tsunames,enchentes,ebolições

a mente perde os sentidos

e como um menino chora.

Como um anjo se revigora

e sorri

pois sabe que a arte maior,

é a arte de existir.

aprendendo



Alcancei a alegria

namorando a tristeza

consegui meu equilibrio

cortejando a insanidade

tenho coragem graças

aos passeios noturnos com o medo

as angustias vividas intensamente

trouxeram calma completa

toda lagrima que passeou no rosto

deixou risos encrustados

e esse arco-iris nasceu

após longas noites tristes

de escuridão.

Vento


Cuidado onde pisa,
comendo luz
bebendo vento
arrotando brisa.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

FOI POETA







No bosque dos homens esquecidos
à sombra de um túmulo
escreveram nele.

foi poeta, chorou
chorou como criança
agonizou lágrimas de sangue
sorria apenas no rosto
sua alma doía.

foi poeta cantou lindas canções de amor
cantou por todo o canto
escreveu versos de sonhos
para seus pesadelos

foi poeta amou na vida
sofreu sem sofrer
agonizou sem querer
sentiu sem sentir
viveu sem viver.

foi poeta de alma e pranto
protegei seu corpo abandonado
e no silencio
cantai um canto.