terça-feira, 8 de novembro de 2016

O TATO DA ESCURIDÃO




Não sou flor nem carvalho
nem folhas nem capim
sou terra seca sem orvalho

Sou o tato da escuridão
tocando na dor
com a alma em oração.

O mais triste, do triste poema
a alma quer outro corpo
não quer mais esse
que afoga em seu edema.

Sou lagrima cinzenta
que cai da fonte, no pé do morro
febre queima sem socorro.

Sou fumaça com cheiro ardido
que se esvai com vento ferido
sou o que se incinera
o vazio do meu próprio coração
que sangra, agoniza e espera.

Minhas veias em prostração
não aguentam mais o sangue em convulsão
"minha doença e meu corpo são meus , eu não".

sábado, 21 de maio de 2016


Faço o seguro do seu auto,seguro de vida, consórcio e outros produtos.

Apodrecem as maçãs.




Plantado na ausência do amor
a maçã cresceu doce  como mel
e como eram verdes suas folhas
e como eram cegos meus olhos.

Tenho maçãs verdes guardadas
num vaso de barro debaixo da cama
Tenho uma outra maçã verde
guardada no meio fervente 
do meu peito.


O vale das maçãs
continuam encharcados
com lágrimas.
maçãs também entram em coma
maçãs verdes
esperam a maçã vermelha.

Um simples detalhe.

                                                                       A Prece, 1922

           esta obra acima foi feita por Arthur Timótheo Da Costa, Pintor, Desenhista, Cenógrafo, Entalhador, Decorador  (1882-1922)



Para te ver melhor
não preciso de colírios
não há necessidade de óculos
não precisa de claridade.

Minha pele te sente 
meu coração te vê
te sente até a terceira
margem da alma.

Para sentir melhor 
é só sentir nos poros
a fragrância doce que 
sua presença deixa.

para te ver melhor
os olhos é um simples
detalhe.

Músicas no Coliseu.



                  (Orquestra Sinfônica Municipal de Santos tocando no Teatro Coliseu . santos-SP)


Dentro do coliseu
sentia
ouvia
via

As palavras tossiam
arvores suspiravam
orvalhos gritavam agudos
e o coliseu ventava.

No bosque central do coliseu
instrumentos musicais
ventavam, despetalavam
orvalhavam e trovejavam
falando tudo o que a natureza 
queria dizer.

sábado, 23 de abril de 2016

Folha Triste



O poeta triste escreveu
numa folha pálida e triste
a palavra tristeza
num poema triste que ninguém leu
com lagrima triste
que de si verteu.