Vou catar estrelas
caminhar sozinho
colher manhãs
regar o caminho.
Guardar os ventos
colecionar brisa
fechar a porta e
entrar para dentro da alma.
Cheirar o amanhecer
e dizer a verdade morta
fazer da verdade mentira
tentar abrir a porta.
Ficar pelado e sair
ficar vestido e chorar
mergulhar no fundo
e trocar lágrimas com o mar.
Anoitecer no meu dia
ser um poço fundo
afogar em mim mesmo
e ressuscitar.
Nadar na angustia
defender a natureza
estreitar os horrores
e engolir minha angustia.
Passear pelos bosques
encharcar na lama
embriagar em vinho
e desfalecer numa cama.
Escarrar meus espinhos
enforcar meus temores
verter melancolias
e vomitar minhas dores.
Voltar ao principio
flores de pétalas frias
ser o começo de tudo
morrendo em noites vazias.
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